Entrevista - 3 perguntas a Ricardo Fonseca Mota
Entrevista a Ricardo Fonseca Mota, na Agenda da Programação Cultural do Novo Ciclo Acert (Tondela) Janeiro-Março 2017.
Que peso teve a atribuição do Prémio Revelação Agustina Bessa-Luís para o teu trabalho enquanto escritor?
A publicação do livro muda tudo, não é mais o meu livro, agora é de quem o lê. Do ponto de vista pessoal, com o prémio ganhei umas pétalas novas, bem bonitas, que me tornam mais visível aos outros. Contudo, não deixo de ser apenas uma flor.
A memória e os modos de a partilhar são elementos centrais de Fredo. Que papel atribuis à memória no âmbito da escrita e da literatura?
A literatura é a celebração da memória. Contar uma história é tornar mais difícil o esquecimento. Temos horror ao vazio e ao esquecimento, por isso dançamos, cantamos, contamos, criamos. Ao mesmo tempo, também é verdade que a memória é uma ficção como outra qualquer.
O que podemos esperar relativamente ao futuro da tua escrita? Tens novos trabalhos em vias de poderem ser lidos?
Estou em constante criação. Neste momento tenho muito material que ainda é meu. Em breve novos trabalhos serão de quem lhes tocar. Estou a trabalhar num novo romance. Tenho material noutros formatos (teatro, infantil, poesia) ganhando autonomia. Continuarei, à minha maneira, a contrariar o vazio e o esquecimento.